A professora Karla Adriana Martins apresentou um amplo panorama histórico do feminismo e das lutas feministas no Brasil e no mundo, na abertura da Roda de Conversa intitulada Gênero e Feminismo, realizada nesta quinta-feira, 05, no pátio da ADunicamp, como parte da programação do Dia Internacional da Mulher, que ocorre em 8 de março.
A professora é pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero PAGU e docente dos Programas de Pós-Graduação em Multimeios (IA) e do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (IFCH). A programação especial de eventos (confira aqui) é organizada por mulheres da ADunicamp, da APG Unicamp e do STU.
Karla historiou as diferentes etapas e avanços do feminismo nos países do Ocidente e alertou para a onda antifeminista que acontece hoje, não só no Brasil, em decorrência da reação do pensamento conservador na sociedade.
Ela lembrou que, até o início da década de 1980, as instâncias judiciais brasileiras ainda aceitavam o conceito de “honra ferida” para inocentar homens que cometiam violência e até assassinato de mulheres.
“A violência contra a mulher se encontra não só do homem que a comete, mas também no corpo da sociedade e em seu arcabouço cultural e jurídico”, apontou. Assim, a onda conservadora desperta conceitos que já vinham sendo eliminados do convívio social como resultado das lutas feministas, mas que ainda permanecem latentes em alguns segmentos. Não por acaso, a violência contra a mulher e o feminicídio tem crescido nos últimos anos no Brasil.
Para Karla, o crescimento do antifeminismo coloca em risco conquistas recentes dos movimentos de defesa das mulheres. “Vivemos um momento de retirada de direitos. E isso inclui a retirada dos direitos das mulheres, como o caso do aborto legal em casos de estupro, risco de vida da mulher e anencefalia. Já se discute hoje a retirada desses direitos que são recentes e foram duramente conquistados”, afirmou.
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