1,5%: Esta é a proposta indecente do Cruesp


Postura dos reitores mantém universidades na rota do arrocho salarial e do desmonte 
Fórum indica: Reagir para defender a universidade pública
GREVE A PARTIR DE 28/5
Na primeira reunião de negociação entre Cruesp e Fórum das Seis, realizada em 17/5, o Cruesp apresentou uma proposta indecente: 1,5% de reajuste salarial.
Segundo o presidente do Cruesp e reitor da USP, Vaham Agopyan, embora baixo, o índice é um “esforço político dos reitores” mesmo diante de um cenário econômico “difícil”.
No caso da USP e da Unicamp, a proposta ainda depende da “aprovação” dos respectivos conselhos universitários, ambos com reunião marcada para 29/5. No caso da Unesp, o reitor Sandro Valentini disse ser defensor da isonomia, mas que só será possível pagar os 3% – não honrados desde maio/2016 – quando “sairmos da crise”.
A negociação foi acompanhada por um belo ato público em frente à sede do Cruesp, no centro de São Pau-lo, que reuniu um grande número de servidores docentes, técnico-administrativos e estudantes da Unesp, Unicamp, USP e Centro Paula Souza. Nos campi, houve paralisações e atividades variadas de mobilização em todo o estado.
Política irresponsável
Nas falas dos representantes do Fórum das Seis durante a negociação, foi enfatizado que a política aplicada pelas sucessivas gestões reitorais é a de buscar a “sustentabilidade” orçamentária e financeira da Unesp, Unicamp e USP por meio da manutenção do arrocho salarial, do aprofundamento da precarização das condições de trabalho e de funcionamento das universidades, sem nenhuma preocupação com as suas consequências para a produção de conhecimento, prestação de serviços à comunidade e para a formação dos nossos estudantes. Em outras palavras, uma política irresponsável, que coloca as universidades estaduais paulistas em rota de destruição.
Lembraram que, enquanto as perdas salariais se acumulam – na Unicamp e na USP, é necessário um índice em torno de 12,6% para recuperar o poder aquisitivo de maio/2015; na Unesp, que não honrou os 3% de maio;/2016, esse número é de cerca de 16% – as condições de trabalho e estudo se degradam rapidamente. As carreiras estão congeladas, assim como ocorre com as contratações, o que tem produzido uma sobrecarga de trabalho e consequente adoecimento dos servidores, além de uma crescente deterioração de todas as atividades desenvolvidas pela Universidade.
Dinheiro tem
Os membros do Fórum destacaram o fato de que a argumentação dos reitores para conceder esse ínfimo reajuste está em contradição com o aumento da arrecadação do ICMS neste primeiro quadrimestre de 2018, que cresceu 8,084% em relação a igual período de 2017. Esse dado contradiz a previsão apresentada pelos técnicos do Cruesp na reunião de 3/5, quando disseram que abril/2018 teria uma queda de 3,196% em relação a abril/2017; no entanto, houve um crescimento de 8,48%.
Ou seja, há espaço no orçamento para concessão de um reajuste maior, mas a opção política dos reitores, ao contrário do que disse o Cruesp, é sequestrar recursos dos salários para seguir financiando as universidades, uma vez que não têm coragem suficiente para reivindicar, efetivamente, do governo estadual e da Assembleia Legislativa, o financiamento adequado para o pleno funcionamento das universidades que dirigem.
5 minutos… e nada mais
Após se reunirem por 5 minutos, por sugestão dos representantes do Fórum, os reitores voltaram à negociação com a mesma proposta. Concordaram apenas em realizar nova reunião com o Fórum das Seis em 30/5. Segundo o presidente do Cruesp, não só para ouvir o retorno das assembleias de base, mas também para “trazer o resultado” das reuniões dos conselhos universitários da Unicamp e da USP. Ou seja, querem “lavar as mãos”, consolidando a proposta de arrocho nos conselhos universitários, eximindo-se da responsabilidade de discutir e negociar, com o Fórum das Seis, o reajuste salarial da data-base dos servidores técnico-administrativos e docentes das universidades que dirigem.
Frente à colocação do presidente do Cruesp, de que os demais pontos da Pauta Unificada (fim das perseguições, condições de trabalho, permanência estudantil etc.) deveriam ser discutidos em cada universidade, os representantes do Fórum insistiram num cronograma de reuniões para debater todos os itens coletivamente. Os reitores disseram, então, que farão uma proposta de cronograma no dia 30/5.
Acesse aqui e leia o Boletim na íntegra


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