ADunicamp apresenta ao CR relatório de bens patrimoniais e previsão orçamentária para 2024


Um balanço de todo o processo de construção do Relatório dos Bens Patrimoniais da ADunicamp foi apresentado na Reunião Extraordinária do CR (Conselho de Representantes) da entidade, realizada nesta quarta-feira, 29 de novembro. O Relatório, construído com apoio de empresa especializada e dentro das normas instituídas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), foi concluído este mês e fez um levantamento completo e uma avaliação de valores dos imóveis, melhorias e de todos os móveis e equipamentos da ADunicamp, em suas sedes nos campi de Campinas e de Limeira.

A presidenta da ADunicamp, professora Silvia Gatti (IB), lembrou que o levantamento e o Relatório foram feitos por indicação da empresa que, neste ano, realizou uma ampla auditoria nos sistemas de gestão da entidade. “Assim, cumprimos mais uma etapa na consolidação de nosso processo administrativo o mais transparente possível, uma vez que esses dados estarão sempre disponíveis para todos e todas”, afirmou Sílvia.

As etapas de construção do Relatório foram apresentadas ao CR pelo Márcio Damaceno, responsável pelo setor financeiro da ADunicamp e que participou de todo o trabalho. Ele relatou que cada item móvel foi etiquetado, fotografado e teve seu valor avaliado, assim como a expectativa de sua vida útil. Os bens imóveis e melhorias recentes também foram avaliados a partir Metodologia de Valor Justo da ABNT.

A partir disso, foi criada uma planilha que pode, inclusive, ser alterada diariamente, caso ocorra a entrada de novos itens ou a substituição de outros. Esse mesmo acompanhamento poderá ser feito com os bens imóveis, a partir de melhorias que sejam implantadas.

PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA

A Primeira Tesoureira da ADunicamp, Professora Diama Bhadra do Vale (FCM), também apresentou ao CR a proposta de Previsão Orçamentária para o exercício de 2024. Por definição do Estatuto da entidade, a Previsão Orçamentária para o ano seguinte deve ser apresentada inicialmente ao CR, e ficará aberta para receber propostas, mas só entra em vigor após a aprovação pela Assembleia Geral que, este ano, deverá ocorrer em 15 de dezembro.

A professora Diama avaliou que a previsão, realizada a partir de projeções de inflação da Data-Base/2024, da eventual entrada de novos associados e das aplicações financeiras, procurou ser o mais contida possível. Isso para evitar possíveis cortes ao longo de sua execução. Mas, mesmo assim, segundo ela, propõe investimentos importantes, tanto em equipamentos e melhorias, como em ações culturais, sindicais e associativas.

“É uma previsão ousada, com a característica de crescimento, crescimento nas ações, crescimento de patrimônio e crescimento de melhorias. É uma previsão rigorosamente estruturada no passado, no previsto e no executado e propõe agora um crescimento. Parte de uma projeção cautelosa, mas focada no crescimento”, afirmou a professora Silvia.

CIÊNCIA SOLIDÁRIA

O professor Renato Dagnino (IG) fez um relato ao CR de sua participação, como representante da ADunicamp, na reunião do GTC&T (Grupo de Trabalho de Ciência e Tecnologia) do ANDES-SN, ocorrida nos dias 7 e 8 de outubro de 2023.

Além de discutir as demandas específicas, que ele chama de “corporativas” – como o grande corte de recursos executado pelo anterior governo federal para pós-graduação e pesquisas –, Dagnino levou para o GT a necessidade de se ampliar nas universidades públicas o debate sobre a reorientação de currículos.

“A pesquisa nas universidades”, defendeu ele, “tem que ser reorientada, direcionada para a grande maioria da população”, e não como é hoje, focada em modelos de desenvolvimento empresariais. Dagnino estuda e pesquisa, há décadas, a questão da incorporação da ciência e tecnologia pelos processos industriais e produtivos brasileiros. E questiona a capacidade daquilo que ele chama, “nossas classes proprietárias” de responderem às grandes questões brasileiras hoje, em um país com milhões de famintos e excluídos.

“Hoje o atual governo federal quer um processo de neoindustrialização. Mas isso tenta repetir o que aconteceu anos 1940, no processo de substituição de importações. O que nós propomos é que essa neoindustrialização seja uma neoindustrialização solidária e não empresarial. Uma neoindustrialização ancorada na economia solidária”, defendeu.

O professor relatou que há uma forte movimentação, ações e produção, incluindo aí sistemas financeiros próprios, na chamada economia solidária, tanto no Brasil como em outros países do mundo. E isso, para ele, tem que ser incorporado na economia, como a grande alternativa para o atual modelo excludente e gerador de pobreza.

O governo federal, lembrou Dagnino, destina 18% do PIB para a aquisição de bens e serviços e cerca de 7% desse montante é recebido por essa “classe proprietária que também sonega em impostos o equivalente a 10% do PIB”. “A nossa proposta é que parte desse valor, nem que seja apenas 0,5% do PIB, para iniciar, seja destinado à aquisição de produtos e serviços que movimentem a economia solidária.”

E, dentro desse contexto, na avaliação do professor, as universidades públicas podem ter um papel fundamental. Ao invés de currículos focados na inovação, como hoje, destinados “a criar professores e estudantes empresários” e startups, desenvolver currículos “voltados para uma tecnociência solidária”.

“Esse é um flanco em que as universidades públicas podem agir. As necessidades insatisfeitas da população brasileira são enormes. E as possibilidades de que sejam atendidas de forma convencional, como atendidas até agora, é extremamente equivocada. Precisamos identificar quais as demandas cognitivas nessa direção. Temos que fazer com outros valores, que não o do lucro e do atendimento à ordem social hegemônica e excludente sejam atendidos. Nós, como universidade pública, podemos ter um papel fundamental”, defendeu Dagnino.


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