Sessão especial apresenta criação visual-musical sobre curtas metragens e homenagem ao Prof. Nuno Cesar de Abreu


CARTAZ_mannis
Data – 24 de maio 2016 (terça-feira) | Local – Auditório da ADunicamp | Horário – 19:00
HOMENAGEM A NUNO CESAR DE ABREU (1948-2016)
Nuno César [Pereira] de Abreu nasceu em 1948 em Araçatuba, SP. Transitou por várias cidades em sua vida. Estudou na Universidade de Brasília (UnB), completou o curso de cinema e se formou na Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo em seguida se radicado definitivamente em Campinas. Foi diretor de uma série de curtas-metragens documentais, trabalhando inicialmente em 16 mm e cor. No ano de 1974, em Niterói, dirigiu São Bento, sobre ponto tradicional da cidade, o Campo de São Bento e montou Biblioteca Nacional, de José Alberto Nobreporto. Em São Paulo, passou para o 35 mm, sendo diretor do média-metragem, 32 X 78 (A Respeito do Movimento Constitucionalista de 1932)(1978), onde misturou fotos e filmes de época com uma peça teatral sobre aquele acontecimento histórico. Seguem outros curtas, como Encontro com Adoniran, enfocando o ator e compositor Adoniran Barbosa; e Chão Batido ou Almeida Junior, Um Pintor do Caipira (1980), reflexão poética sobre o pintor paulista. Constituiu a NCA Produções Artísticas, dirigindo em 16 mm, Mad-Moré (1981), sobre os dramas vividos na construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré. Produziu e criou o argumento de Sperantia Quae Sera Tamen (Esperança Ainda Que Tardia, Todavia)(1983), junto ao diretor Ronaldo di Roná. Dirigiu O Incrível Senhor Blois (1984), sobre o artista plástico miniaturista Oscar Blois que mantém contatos com extra-terrestres. Realizou o vídeo A Herança do Jeca (1985) abordando a carreira do célebre comediante Amacio Mazarropi. Estreou na direção de longa-metragem com um drama político retratando fatos reais: Corpo em Delito (1988-89) através do qual obteve muitas premiações, protagonizado pelo ator Lima Duarte. Com ele, foi diretor revelação, melhor diretor, melhor roteiro e melhor filme pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Publicou dois livros sobre erotismo e cinema:  ‘Boca do Lixo – Cinema e Classes populares’ (Campinas: Editora da Unicamp, 2006. 224p – com nova edição, ampliada, prevista) e ‘O Olhar Pornô – A representação do obsceno no cinema e no vídeo’ (Campinas: Mercado de Letras, 1996. 200p). Foi diretor da Rádio-TV Unicamp (RTV) de 2005 a 2008.  Dedicou-se à docência a partir dos anos 1980, inicialmente na Universidade Federal Fluminense (UFF) e posteriormente no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp onde em 2003 participou da criação do Departamento de Cinema – Decine, por ele mesmo chefiado de 2010 a 2012, no qual atuou com ênfase em cinema e vídeo, abordando temas como cinema brasileiro, dramaturgia, linguagem audiovisual, imaginário. Nuno nos deixou em 25 de fevereiro de 2016. Entre os projetos nos quais estava trabalhando, encontra-se um filme baseado no romance Febre Amorosa, de autoria do jornalista e escritor Eustáquio Gomes.
 
La Couleur Electronique
Criação visual-musical sobre curtas metragens de Georges Meliès                          
Projeto de criação e Direção Musical: José Augusto Mannis
Idealização e Direção de Vídeo – Seleção de Curtas – Decupagem – Roteiro de Edição: Nuno César de Abreu
Edição e Finalização: Marcos Ribeiro
Realização de Vídeo: TV Unicamp (2005)
Grupo de Criação e Performance Musical:
André D. Tuffo, Erick Chinjo, Henrique Cantalongo Couto, Odival Luciano Filho, Rafael Lindemute, Tahbata Ali, Tales Botéchia, Victor Afonso, Vinicius Cesar Oliveiraalun@s de composição do curso de graduação em música do Instituto de Artes da Unicamp, sob a direção de José Augusto Mannis.
O presente programa apresenta o resultado de uma proposta do professor José Augusto Mannis (DM/IA) aos alunos das disciplinas de Composição II e IV, trabalhada neste semestre (2º de 2015). A mesma se trata de musicar um filme mudo a partir da composição coletiva dos alunos, sob a orientação do professor. O filme trabalhado foi “La couleur electronique” do Prof. Dr. Nuno César de Abreu (Decine/IA) concebida a partir de montagens de trechos de vários filmes do francês Georges Meliès (08/12/1861 – 21/01/1938), ilusionista e cineasta, considerado “o pai dos efeitos especiais”, sendo um dos precursores do cinema. O filme possui duração de 51min. e 41seg e será exibido com performance ao vivo, sobre alguns trechos gravados e sincronizados em estúdio.  Agradecemos sua presença a este concerto e desejamos que o disfrute.
 
Roteiro  –  Programa
I
Os Pôsteres Hilariantes
II
A Liteira Encantada
O Chinês Ilusionista
 III
O Cozinheiro em Apuros
The Inn Where no Man Rests
O Capetinha Travesso
IV
Viagem à Lua
O Eclipse: o namoro do Sol e da Lua
The Kingdom of the Fairies
O Laboratório Maluco
Viagem Através do Impossível
Filmes Originais de Georges Meliès
 
Primeira Parte
Les affiches en goguette – The Hilarious Posters – Os Cartazes Hilariantes (1906) dur.: 2’32”
Cartaz toma vida quando policiais não estão por perto. No entanto, estes pegam o cartaz em flagrante, inicia-se a confusão.  Personagens do cartaz fogem e reaparecem zombando dos guardas.
Segunda Parte
La chaise à porteur enchantée – The Enchanted Sedan Chair – A Liteira Encantada (1905) 2’24″
Meliés faz mágicas: três bonecas viram três pessoas que trocam de lugar em passes de mágica, depois de unem uma à outra e reaparecem separadas agradecendo como num palco.
Le thaumaturge chinois  – Tchin-Chao, The Chinese Conjurer – Tchin-Chao, o Chinês Ilusionista (1904) 2’29”
Um ilusionista chinês faz mágicas: primeiro uma mesa se transforma em duas mesas, depois ventilador torna-se guarda-chuva, lanternas aparecem e desaparecem, aparece um cachorro, que vira chinesa, que some e aparece e vira galinha. Também aparece um ajudante. No final, chinesa amarra cabelo do mágico e do ajudante.
Terceira Parte
Le dîner impossible – The Cook in Trouble – O Cozinheiro em Apuros (1904) 3’24”
Cozinheiro com ajudantes preparando jantar nega comida a um mendigo que na verdade é um mago que enfeitiça o lugar fazendo aparecer diversos diabinhos que aprontam muito na cozinha.
L’auberge du bon repos – The Inn Where no Man Rests (1903) 5’00”
Um homem bêbado entra num albergue e é recebido por uma senhora. Ao tentar agarrá-la ela se livra dele e o faz cair. Quando se levanta, no lugar da mulher há um outro homem, e, sem perceber, vai abraçá-lo e se surpreende com o equívoco. Enquanto se prepara para dormir acontecem coisas inacreditáveis e surpreendentes. Ele apronta tanto que todos os hóspedes vêm colocá-lo para fora do local. Inicia-se uma perseguição intensa, na qual todos entram e saem do quarto por portas, janelas e todas as passagens possíveis.
Le Diable Noir – The Black Imp – O Diabo Negro ou O Capetinha Travesso (1905) 2’56”
Um diabinho preto entra num quarto de hotel e desfruta de seu conforto e de sua cama. Quando a camareira entra com os recepcionistas e o hóspede, ele desaparece. O hospede fica sozinho e prepara-se para dormir. Ao guardar seu casaco na cômoda, o diabo faz a cômoda mudar de lugar. Isso se repete várias vezes até que faz seu casaco desaparecer. O hóspede tenta tirar o sapato e o jogo recomeça com cadeiras. Ele não consegue fazer mais nada pois o diabo tenta impedi-lo. Finalmente o diabo reaparece e se inicia uma perseguição. O diabo nunca consegue ser pego. Some, reaparece e desaparece, até que a cama pega fogo. Surgem os funcionários do hotel para colocar para fora o hóspede incendiário e o diabo se vangloria de ter conseguido pregar uma boa peça. Finalmente ele pode se deitar na cama e descansar como pretendia no início.
Quarta Parte
Le Voyage dans la Lune – Viagem à Lua (1902) 8’45″
Cinco astrônomos partem em expedição à Lua numa cápsula lançada por um canhão gigante e são capturados pelos selenitas. Contudo, conseguem escapar e retornam salvos à Terra. A película incluí inúmeras experiências arrojadas com algumas das mais famosas técnicas cinematográficas como a sobreposição, fusão e a exposição múltipla de imagens. Apesar de uma edição puramente funcional, a narrativa do filme teve uma escolha então incomum: quando os astrônomos pisam a superfície da Lua, o “mesmo evento é mostrado duas vezes, e de forma diferente”. Da primeira vez é mostrado um choque da cápsula com o olho do “Homem da Lua”; da segunda vez eles pousam em um terreno plano. O conceito de mostrar uma cena duas vezes de diferentes modos foi experimentado posteriormente em outros filmes.
L’éclipse du soleil en pleine lune – The Eclipse, the Courtship of the Sun and Moon – Eclipse, o Namoro do Sol e da Lua (1907) 6’55”
Um velho astrônomo, sábio e erudito, dá aulas em sua casa. Seus alunos nem sempre são respeitosos e ele sofre com as brincadeiras perversas durante a aula. Até que uma vez , ao meio-dia, tudo escurece e o astrônomo se apressa em ir ao andar de cima para observar com seu telescópio o que está acontecendo. É um eclipse do sol, e através de seu vidro, ele vê a Lua vindo em direção a um Sol, flertando eles se aproximam até que o eclipse se consuma. Os céus, então, entram em erupção com uma chuva de estrelas mulheres. Esta célebre parte do filme leva o nome de The Wandering StarsO Passeio das Estrelas ou As estrelas errantes. Ao final, em sua excitação durante a observação, o astrônomo se descuida e acaba perdendo o pouco da dignidade que ainda lhe resta, caindo dentro de um barril de água.
Le Royaume des Fées – The Kingdom of Fairies – O Reino das Fadas (1903) 8’09”
Numa corte real, um príncipe é apresentado à princesa que deve desposar, quando de repente surge uma bruxa. Embora expulsa dali, a bruxa logo retorna e, com a ajuda de alguns de seus servos, carrega consigo a princesa para fora. Um grupo de resgate é rapidamente organizado, mas a infeliz refém foi levada para um estranho reino proibido, de onde será impossível resgatá-la sem alguma ajuda especial.
Alchimiste Parafaragaramus ou La cornue infernale – The Mysterious Retort – O Laboratório Maluco (1906) 2’26”
Um mago dorme em uma mesa em sua confortável sala de estar. De uma gaveta da mesa aparece uma cobra. A serpente começa uma série de transformações: ela se torna um bobo da corte, uma aranha, e uma mulher. Cada um deles se aproxima do mago dorme e também fazem magicas com um frasco de vidro sobre a mesa do mago. Logo, o frasco cresce e fica cheio de um líquido borbulhante. O assistente acorda, o frasco explode. Quem sai vitorioso das magias e sonhos?
Le voyage a travers l´impossible – Viagem através do impossível (1904) 14’50”
Uma sociedade geográfica, chamada Instituto de Geografia Incoerente, se propõe a dar a volta ao mundo numa viagem que superasse todas as expedições anteriores já realizadas e conhecidas. Em uma reunião liderada pelo presidente Polehunter, assistida pelo secretário Rattlebrain, pelo arquivista Mole, pelo Vice-presidente Humbug, os membros da diretoria, Easy-fooled, Daredeil, Schemer etc. etc. O presidente recebe o excêntrico engenheiro Crazyloff (em francês Mabouloff – pois ‘maboul’ significa ‘louco’). Todos os meios de transporte são mobilizados, inclusive novos veículos são projetados e construídos para esta aventura:  automóveis, submarino, trens, dirigível etc. Todos os veículos são carregados em um trem  em direção aos Alpes suíços, onde os viajantes vão começar sua jornada. Primeiro partem a bordo de um automóvel, o Auto-Crazyloff, percorrendo caminhos entre as montanhas. Tentam passar por cima do cume Rigi, mas acabam caindo num precipício, onde são salvos por montanheses. Depois de terem se recuperado, embarcam novamente em um trem com seus veículos na segunda tentativa de passar por cima de um cume, desta vez o Jungfrau. Graças a ajuda de balões anexos ao veículo, eles conseguem subir cada vez mais, e mais, mas acabam chegando no espaço e sendo “engolidos” pelo sol.  Dentro do sol, pousam com um grande estrondo. Todos ficam felizes por estarem vivos, mas logo percebem que o calor é insuportável. Todos são acomodados por Carzyloff dentro de uma caixa de gelo de sua invenção, dentro da qual acabam se congelando. Crazyloff então acende uma fogueira para descongelar os amigos e todos partem dentro de um submarino. O submarino é lançado de um penhasco no Sol, e vai caindo em direção à Terra, onde finalmente mergulha num oceano. Por causa de um problema na caldeira, o submarino explode, lançando todos os tripulantes pelo ar, e finalmente acabam caindo em terra sãos e salvos. Todos se confraternizam em grande alegria.
Os Jovens artistas
André D. Tuffo (André Eduardo Rodrigues da Silva) – teclado, piano, clarinete e assessórios Estudante de composição da Unicamp ingressou no ano de 2014, tem como curso realizado técnico em piano erudito pelo Conservatório Carlos Gomes, já trabalhou como correpetidor em algumas academias de ballet como Ballet e Cia e no mesmo ramo compôs músicas para a academia Opus Studio, trabalha como pianista popular tanto em bandas de jazz como de outros estilos. Como pianista erudito participou de alguns concursos ganhando menção honrosa em alguns deles.
Erick Shinjo – contrabaixo elétrico Iniciou seus estudos musicais tocando contrabaixo elétrico em uma escola local. Em 2009 estudou improviso em Jazz no Conservatório Souza Lima. Em 2013 ingressou na UNICAMP em bacharelado de composição onde começou seus estudos de música erudita.
Henrique Cantalogo Couto – piano e percussão Pianista, cravista, cantor e compositor, licenciado em música pela UNICAMP, onde atualmente cursa o mestrado sob orientação do Prof. Dr. Edmundo Hora. Desenvolve trabalhos na área de trilhas sonoras para teatro, compõe obras para formações camerísticas e solistas, e desenvolve estudo de interpretação historicamente guiada ao cravo.
Odival Luciano Barbosa Filho – teclado eletrônico Estudante de bacharelado em música com habilitação em composição pela UNICAMP. Formado em piano erudito e MPB Jazz pelo Conservatório de Tatuí. Fez as trilhas cinematográficas para o seriado “Ser tão Paulista” da EPTV. Escreveu uma peça especial de Natal para Orquestra Sinfônica. Gravou o seu próprio CD com a Orquestra Filarmônica de Rio Claro. Escreveu vários arranjos para Orquestra Sinfônica
Rafael Lindemute – tuba, escaleta Técnico em Composição e Arranjo pelo conservatório do IASP (Hortolândia). Graduando em Composição pela Unicamp. Trabalha como compositor, arranjador e pianista no conservatório do IASP. Teve aulas de composição com Artur Barbosa no festival Música nas Montanhas (Poços de Caldas), onde estreou duas peças. Trabalhou um ano (2014) como professor de música voluntário no IAU (Instituto Adventista del Uruguay).
Tahbata Mikulski Ali – percussão Estudante de bacharelado em música com habilitação em composição pela UNICAMP, ingressante no ano de 2014. Iniciou seus estudos aos 13 anos na área de rádio e comunicação pela USP, e desenvolveu seus estudos em tecnologia, produção e áudio pela EM&T. Programadora de linguagens de alto nível, busca aperfeiçoamento na área de música computacional e mantém desde 2010 projetos pessoais na área musical (Qvodam e Unthold).
Tales Botéchia – pianoIniciou seus estudos musicais aos 8 anos, com teclado popular e teoria, tendo estudado alguns anos depois piano erudito. Participou de oficinas e palestras sobre música contemporânea. Atualmente cursa o terceiro ano de bacharelado em composição pela UNICAMP, tendo tido aulas de composição com Profa. Dra. Denise Garcia e Prof. Dr. J.A. Mannis.
Victor Afonso – guitarra elétricaProdutor musical e músico, formado no IAV-SP e no SAE-Frankfurt nas áreas de áudio e acústica, com aplicabilidade nas áreas de captação, mixagem e masterização. No IATEC-RJ, fez especialização em produção executiva para o mercado fonográfico. Graduando em Composição (UNICAMP). Estudou violão, guitarra, bateria, piano e canto. Atua como produtor musical, diretor artístico e produtor de eventos (Echos Produções) e músico (Cordillera).
Vinicius Cesar Oliveira – violãoIniciou seus estudos no violão erudito no ano de 2004. De 2007 a 2013 trabalhou como professor de violão erudito no Projeto Guri, onde desenvolveu trabalhos voltados ao ensino coletivo de violão e também dirigiu a camerata de violões. Em 2013 ingressa no curso de Bacharelado em composição pela UNICAMP. Em 2015 teve sua obra, A Epistemologia do Som estreada pelo pianista canadense Roger Admiral em um concerto da segunda edição do Curto-Circuito de Música Contemporânea. Atualmente é pesquisador vinculado ao Centro de Integração, Documentação e Divulgação Cultural, CIDDIC/UNICAMP onde pesquisa a relação da escrita polifônica de Luciano Berio e J.S. Bach, com apoio da FAPESP e orientação da professora e compositora Denise Garcia.


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