Filha de Chico Mendes fala no 41° Congresso do ANDES-SN e diz que, para seu pai, educação era ‘maior instrumento de libertação’


A filha Chico Mendes, Ângela Mendes, ativista ambiental e coordenadora do Comitê Chico Mendes, criado em homenagem a seu pai, fez uma saudação especial a docentes de todo o país que participam do 41° Congresso do ANDES-SN. Ela ressaltou a importância que seu pai dava à educação, que considerava “o maior instrumento de libertação”.

Ângela lembrou que em todas as lutas travadas por seu pai em defesa da floresta, dos povos tradicionais e de seus territórios, sempre estava incluída “a conquista de políticas básicas como a educação”. Quando surgiram o Projeto Seringueiro e os primeiros sindicatos de trabalhadores rurais do Acre, com atuação efetiva de Chico Mendes nos anos iniciais da década de 1970, os seringueiros viviam em situação de semiescravidão e analfabetismo. “Sem saber sequer as letras que compunham seus nomes”, relatou. O próprio Chico Mendes só se alfabetizou depois de completar 19 anos de idade.

Anos depois, com o fim da ditadura e a partir das reivindicações dos movimentos, a educação básica do Estado chegou aos seringais. “E estudo de 2007, feito na UFAC (Universidade Federal do Acre), mostra que o Projeto Seringueiro já contava então com 18 mil integrantes alfabetizados”.

“Eu estou aqui para desejar boas vindas às pessoas que estão na plateia. Dizer que vocês estão aqui pisando num solo que tem história, que tem muita resistência que tem muita luta. Vocês estão pisando no chão da Aliança dos Povos da Floresta, do Projeto Seringueiro, de onde saiu a luta pelas Reservas Extrativistas. E de onde saiu também para o mundo a mensagem de que a floresta continua viva. E tudo isso emergiu de dentro das matas aqui de Xapuri (cidade onde nasceu e viveu Chico Mendes) e que fez o Acre se tornar essa referência na luta pela preservação do meio ambiente”, saudou ela.

Ângela lembrou que, neste ano, completa 35 anos do assassinato de seu pai, ocorrido em 1988, e que serão realizados vários eventos e debates para celebrar “não a morte, mas o legado deixado” por Chico Mendes. “E a gente tem mais um motivo para celebrar, pois estamos saindo de um período muito difícil, difícil para vocês também, certamente; um período de muita violência para toda a gente que luta por justiça socioambiental. Então, este ano é também o ano da retomada das nossas políticas, da esperança de um Brasil melhor. Por fim, lembro aqui que quem assassinou meu pai errou o alvo: ele continua mais vivo do que nunca”.

Foto: Vanessa Silveira/ADUFPel

 

HOMENAGEM

Durante a abertura do 41º Congresso do ANDES-SN, a professora Rivânia Moura, presidenta da entidade, homenageou o líder Chico Mendes ao citá-lo em sua fala inicial. “No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a floresta Amazônica agora percebo que estou lutando pela humanidade”.

Confira a matéria sobre a homenagem e sobre o líder Chico mendes neste link.

41º CONGRESSO

O 41º Congresso do ANDES-SN começou na segunda-feira (6), em Rio Branco (AC), com o tema central “Em defesa da educação pública e pela garantia de todos os direitos da classe trabalhadora”. Até sexta-feira (10), as e os mais de 600 docentes participantes irão debater e deliberar sobre as ações e pautas que orientarão as lutas da categoria docente durante o ano de 2023.

O evento ocorre na Universidade Federal do Acre (Ufac), sob a organização da Adufac – Seção Sindical. Pela primeira vez, o congresso do Sindicato Nacional acontece na capital acreana.

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