Nossa chapa é herdeira e reivindica uma trajetória de lutas das gerações que fundaram as Associações Docentes, que compreenderam a grandiosidade da criação da ANDES e sua transformação no mais original e combativo Sindicato Nacional de Docentes: um sindicato autônomo frente aos governos, aos partidos e às reitorias, um sindicato organizado democraticamente a partir da base e que construiu sua legitimidade nas lutas contra a ditadura empresarial militar; na prioridade conferida ao projeto de universidade e de educação pública; na defesa da carreira docente única com isonomia e paridade entre ativos e aposentados e de condições objetivas de trabalho. Temos orgulho das lutas pela anistia, pela defesa da educação na constituinte, pelo combate às contrarreformas neoliberais do Estado, especialmente a administrativa e da previdência social, e pelo compromisso com as liberdades democráticas e contra as políticas de austeridade neoliberais.

A Chapa 1 se distingue das demais pela compreensão de democracia como prática cotidiana de participação nos espaços democráticos em busca de consensos e diálogos construtivos sobre as divergências. A sociedade brasileira, sob ameaça do neofascismo e de forças hostis à ciência, à arte e à cultura, precisa reconstruir e revalorizar as práticas democráticas. Para asseguramos a unidade e a defesa da educação pública é preciso que nosso sindicato não seja uma entidade pelega e subserviente frente aos ataques à democracia e aos direitos sociais fundamentais: dialogaremos com os governos legítimos, mas sempre afirmando que são as vozes da categoria em nossos espaços democráticos que definirão os processos de negociação.

Defendemos que a luta antifascista não demanda apenas cordões sanitários contra a extrema-direita, pois sem enfrentar os motivos que levam à adesão à extrema-direita, não superaremos tais movimentos. As políticas de austeridade catalisam o neofascismo, pois trazem ressentimentos, frustração e o sentimento de que não há futuro. Não iremos motivar a juventude a se engajar na democracia, silenciando para o fato de que os cortes e contingenciamentos no orçamento das IES e instituições de ensino técnico e tecnológico públicas seguem ocorrendo no presente nos âmbitos Federal, estadual, municipal e distrital.

As lutas contra a barbárie e em favor da linda diversidade de expressões humanas abrangem as lutas contra o imperialismo genocida, os determinantes capitalistas da crise climática, o racismo, o patriarcalismo, o capacitismo, as discriminações com toda a pluralidade LGBTQIAPN+ e todas as formas de opressão. De Norte a Sul e de Leste a Oeste do Brasil reunimos docentes que, desde o cotidiano das salas de aula e dos laboratórios, possuem compromisso com o trabalho dedicado em prol da formação das novas gerações e da produção de conhecimento comprometido com os problemas dos povos. Acreditamos em um Sindicato Nacional que defenda políticas orçamentárias e condições de trabalho que possibilitem que o nosso trabalho possa projetar a educação como um dos pilares do porvir da humanidade.

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