Entidades realizam Ato Unificado em Defesa da Vida e da Educação


Entidades sindicais ligadas à educação e movimentos sociais reunidos na Frente de Mobilização pela Educação promoveram o Ato Unificado em Defesa da Vida e da Educação, realizada online e amplamente divulgado nas redes sociais, para se manifestar sobre a situação das escolas na pandemia e as políticas estaduais voltadas para o setor.
O professor Edson Joaquim dos Santos (Cotuca), diretor da ADunicamp, falou em nome da entidade e manifestou o total apoio ao movimento dos professores da rede pública, contrários às atividades presenciais no atual momento.
“A ADunicamp se posiciona firmemente contra o retorno a atividades presenciais, enquanto não houver vacinação para todos e todas ou condições sanitárias para isso. E também se coloca claramente contra os posicionamentos da Secretaria Estadual de Educação que tem sido tolerante com as aulas presenciais”, afirma o professor Edson.
MANIFESTO   
Na abertura do encontro, professoras do Sinpro (Sindicato dos Professores de Campinas) leram a integra do Manifesto em Defesa da Vida e da Educação, lançado em janeiro e hoje já subscrito por dezenas de entidades, entre elas a ADunicamp, da área educacional e da sociedade Civil.
Veja, abaixo, a íntegra do manifesto:  
MANIFESTO EM DEFESA DA VIDA E DA EDUCAÇÃO
Reunidas para defender a Educação e a vida, as diversas entidades abaixo subscritas manifestam-se em defesa da vacinação de todos os/as trabalhadores/as dos sistemas público e privado da rede escolar, do ensino básico ao superior, pelo auxílio emergencial e contra as aulas presenciais enquanto não houver o controle da pandemia. Esse manifesto é um chamado à consciência da comunidade escolar e de toda a população da Região de Campinas sobre a real situação dos educadores nesse tempo de pandemia.
A escola aberta durante o descontrole pandêmico torna-se um foco de disseminação do vírus na sociedade, pois a concentração ou circulação de pessoas nas unidades escolares facilita a infecção. A realidade de escolas públicas e privadas é que não oferecem as condições estruturais e pessoal em número suficiente para o cumprimento dos protocolos sanitários definidos pelas autoridades de saúde em nível internacional.
Já contamos com professores, auxiliares e estudantes de diversas idades infectados, hospitalizados e até mortos! Pela escola, o contágio chega mais rápido às famílias. Os poderes públicos, sejam eles federais, estaduais ou municipais, têm sido negligentes e criminosos enquanto forçam o retorno às aulas presenciais sem que o controle pandêmico esteja assegurado pela população imunizada ou permitindo que as escolas particulares estejam abertas durante a pior fase da pandemia, quando o isolamento se torna imprescindível. As aulas podem prosseguir, na maioria dos casos, de forma remota e com investimento estatal para que estudantes tenham condições de acompanhar com recursos digitais.
Profissionais da educação sofrem, de forma silenciosa, o descaso dos poderes públicos diante da pandemia que assola o Brasil. São colocados na linha de frente, diante de alto risco de contágio e sem estarem imunizados.
Sabemos que a educação é essencial para a soberania de um país, no entanto, as aulas podem esperar e agora é hora de cuidar da vida das crianças, das famílias e dos profissionais de educação se quisermos prosseguir com ela. Somos conscientes da precarização do trabalho do educador, dos cortes de salários, muitos estão dependendo de ajuda solidária e outros, aceitam qualquer condição com o temor constante de desemprego. É urgente que a comunidade toda compreenda que um professor não pode ser tratado como descartável!
Repudiamos, de forma ainda mais veemente, as atitudes do presidente Bolsonaro, do governo do Estado de São Paulo e de outros governadores e prefeitos que agem ativamente no sentido de colocar em risco, de forma consciente e irresponsável, a vida de professores/as, estudantes, funcionários e seus familiares, contribuindo para que se mantenha a média de contágios e óbitos em níveis altíssimos, tornando o nosso país um dos epicentros da pandemia.
Não há como prosseguir o projeto educativo sem profissionais da educação! Não há como controlar a pandemia sem o distanciamento social e a vacinação da maioria da população! Para muitos não há como sobreviver neste momento sem o auxílio emergencial! Não podemos aceitar o retorno presencial às aulas com um vírus tão letal circulando entre nós.
Vacinação para todos já! Auxílio emergencial já! Não ao retorno às aulas presenciais! Basta de morte! Defendamos a Vida!
Assinam o manifesto a ADUNICAMP, a APEOESP (Associação dos Professores do Estado de São Paulo), a CUT (Central Única de Trabalhadores), a FRENTE BRASIL POPULAR Campinas e Região, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o SINPRO (Sindicato dos Professores de Campinas e Região), entre outras entidades ligados à educação e aos movimentos sociais de Campinas e região.


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