Regimento, Reforma Administrativa, carreira docente e autarquização pautam reunião do CR da ADunicamp


A atuação do CR (Conselho de Representantes) da ADunicamp será essencial para mobilizar docentes nas diferentes Unidades da Universidade e garantir os votos necessários para a alteração do Regimento Interno da entidade. Essa foi uma das questões debatidas na reunião do CR, na quinta-feira, 30 de outubro, e que discutiu também a Reforma Administrativa em tramitação no Congresso Nacional, a autarquização da área da saúde na Unicamp e ações que estão em curso no ANDES-SN.

O conselho aprovou uma contundente moção de repúdio contra o que descreve como “necropolítica de Estado e políticas de guerra interna” praticadas pelos governos de Cláudio Castro, no Rio de Janeiro, e Tarcísio de Freitas, em São Paulo (LEIA AQUI).

A presidenta da ADunicamp, professora Silvia Gatti (IB), lembrou que a associação retomou, dia 8 deste mês de outubro, o processo de votação para alteração de seu Regimento Interno. A decisão de reabrir a consulta foi aprovada seis dias antes, em Assembleia Extraordinária. Silvia ressaltou a importância da mobilização do CR para garantir a votação necessária – cerca de 320 votos – para dar sequência ao processo de alteração do regimento.

A professora lembrou que o atual regimento, em vigor desde 2006, precisa ser atualizado para modernizar a estrutura e o funcionamento da ADunicamp, incorporando dispositivos e práticas que reflitam a realidade atual do sindicato e da universidade (LEIA MAIS AQUI).

Uma urna para votação já está disponível na sede da ADunicamp e, como informou a professora, outra urna itinerante percorrerá as Unidades a partir desta segunda-feira, 3 de novembro. “Neste momento, a participação de vocês, integrantes do Conselho, será muito importante”, convocou.

A professora Silvia informou ao Conselho que a ADunicamp abrirá, de 1º de novembro a 15 de dezembro, uma pesquisa de avaliação de seus serviços, atividades e rotinas de atendimento. O formulário será disponibilizado online e a convocação para a participação de associados/as será feita amplamente pelos canais de comunicação da Associação.

A agenda do próximo período também inclui uma nova discussão pública sobre a Reforma Administrativa, marcada para 12 de novembro, ao meio‑dia, no auditório da ADunicamp, com presença de representantes da assessoria jurídica LBS Advogadas e Advogados e de docentes do Instituto de Economia.

E também serão realizadas reuniões junto à comunidade acadêmica para “afinar leituras” sobre a proposta de autarquização do setor de saúde da Universidade. E, a partir de indicação de integrantes do Conselho, encontros com as bancadas do Conselho Universitário para discutir pontos da previsão orçamentária da Unicamp para 2026.

REFORMA É ATAQUE

A discussão sobre a Reforma Administrativa dominou boa parte da reunião. “A reforma significa praticamente o fim das universidades como temos hoje. Se vocês olharem criticamente, vão ver que é muito ruim. Ontem tivemos uma ação aqui. O pessoal da LBS veio mostrar para nós os efeitos nefastos da reforma e aquilo que não é visível para nós, em uma leitura imediata” (LEIA AQUI). Silvia lembrou que a reforma pretende atingir todo o serviço público e “atinge de forma frontal e perigosa” as universidades públicas.

A professora Regina Célia da Silva (CEL), que esteve presente na Marcha Contra a Reforma que reuniu milhares de pessoas em Brasília, na segunda-feira, 27 de outubro, lembrou que 10 deputados acabaram de retirar o apoio que haviam assinado para a tramitação do projeto na Câmara. Essa retirada, avaliou, é um resultado direto da pressão popular. Portanto, para ela, é fundamental ampliar a pressão: “A luta é agora”, sintetizou.

Regina relatou que caravanas do Brasil inteiro participaram da marcha. Mobilizações e manifestações de protesto também têm se repetido por todo o país e isso já começa a provocar um recuo dos deputados. “Então, a gente espera que a tramitação da reforma seja, pelo menos, adiada até o ano que vem. Como será um ano eleitoral, aumentam as nossas chances de disputar.”

ESTADUAIS DO BRASIL

A professora Regina é diretora da ADunicamp e também vice-presidente da Regional São Paulo do ANDES-SN. Nessa condição, participa de vários GTs (Grupos de Trabalho) nacionais do ANDES-SN e representou a ADunicamp no encontro das instituições estaduais, municipais e distrital de ensino superior (IEES IMES e IDES) que ocorreu em Campina Grande (PB).

O encontro debateu os principais desafios enfrentados hoje pelas instituições estaduais, como o subfinanciamento, o desmonte de carreiras, adoecimento da categoria, plataformização do ensino, subfinanciamento e a frequência do assédio moral e sexual. “O subfinanciamento foi muito evidenciado nesse encontro”, relatou ela. Com ataques especialmente fortes ao ensino por parte dos governos estaduais de extrema-direita, como em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. As estaduais representam hoje 36% das sessões sindicais do ANDES-SN.


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