Consu aprova moção pelo fim do ‘genocídio em Gaza’


Decisão histórica e inédita no meio acadêmico brasileiro!

O Conselho Universitário da Unicamp (Consu), instância máxima de decisão da universidade, aprovou, nesta terça-feira (5), uma moção que clama pelo “fim do genocídio” em Gaza.

Além de exigir o fim do genocídio, a moção solicita que o governo brasileiro rompa relações comerciais e militares com o Estado de Israel.

No documento, a atuação de Israel em Gaza é descrita como “devastadora”, com menção a uma “barbárie crescente” na região. O texto também alerta que, diante da gravidade da situação, o silêncio pode ser interpretado como um ato de “conivência”.

Apresentada pelo coletivo Unicamp em Movimento, a moção foi aprovada por 43 votos, com 2 abstenções (nenhum voto contrário), durante a 192ª Sessão Ordinária do Consu, realizada na tarde de 5 de agosto de 2025.

Confira a moção:

O grupo Unicamp em Movimento vem a público solicitar que o Conselho Universitário (Consu) da Unicamp reafirme nessa data, quase um ano depois da Moção aprovada por unanimidade, em sessão de 24/09/2024, a manifestação de repúdio aos atos de violência perpetrados pelo Estado de Israel contra populações civis na Palestina e, em particular, na Faixa de Gaza.

Na mesma direção das iniciativas da Rede Universitária de Solidariedade ao Povo Palestino e da manifestação da Congregação da Faculdade de Educação da Unicamp, aprovada em junho último, acreditamos que é o momento de o Brasil suspender as relações comerciais e militares com o Estado de Israel.

Nesse sentido, o grupo Unicamp em Movimento solicita ao Consu da Unicamp que se junte a outras instituições acadêmicas e a movimentos sociais nacionais e internacionais nessa demanda ao Estado brasileiro, alinhando-se às decisões de organismos internacionais e de muitos outros governos nacionais que lutam todos os dias pelo fim do genocídio e pela garantia da autodeterminação do povo palestino.

Ainda durante a sessão, a professora Silvia Gatti, presidenta da ADunicamp, fez a leitura de uma nota do Comitê Unicamp de Solidariedade ao Povo Palestino, que também denuncia o genocídio em Gaza, defende o rompimento de relações do Brasil com Israel e apoia a campanha global BDS (leia aqui).


4 Comentários

Eleonora Cavalcante Albano

Vitória importantíssima da comunidade da Unicamp ativa na luta contra o genocídio em Gaza. O próximo passo é a revogação de um convenio com o Technion - Instituto de Tecnologia de Israel. Essa universidade recebe financiamentos bilionários dos EUA para desenvolver armas autônomas geridas por Inteligência Artificial. Segundo alguns dos maiores especialistas em armamentismo, esse tipo de arma aumenta a probabilidade de conflitos que envolvam ataques nucleares sem a moderação de um gestor militar.

Eleonora Cavalcante Albano

Vitória importantíssima da comunidade da Unicamp ativa na luta contra o genocídio em Gaza. O próximo passo é a revogação de um convenio com o Technion - Instituto de Tecnologia de Israel. Essa universidade recebe financiamentos bilionários dos EUA para desenvolver armas autônomas geridas por Inteligência Artificial. Segundo alguns dos maiores especialistas em armamentismo, esse tipo de arma aumenta a probabilidade de conflitos que envolvam ataques nucleares sem a moderação de um gestor militar.

HAZEM ADEL ASHMAWI

A decisão foi histórica! Temos que comemorar! O principal órgão de uma das maiores universidades do Brasil se posicionou contra um genocídio! Mas, assistindo a reunião do CONSU, no momento da aprovação da moção, parecia apenas mais um dos itens da pauta, como se os conselheiros estivessem deliberando sobre o número de vagas para professores titulares, proposta de um logotipo, prêmio científico ou outras coisas de importância menor do que um genocídio em curso! O que está acontecendo?

caio navarro de toledo

Esta decisão inédita é nos meios acadêmicos brasileiros! Além do pedido de FIM DO GENOCÍDIO em Gaza, o CONSU se manifestou pelo ROMPIMENTO DE RELAÇÕES COMERCIAIS E MILITARES do governo brasileiro com o Estado de Israel. A decisão foi possível, pois teve a ativa participação do Comitê Unicamp Palestina Livre, do coletivo de docentes "Unicamp em Movimento" do Consu, de Moção da Congregação da FE e de Nota do ODH. da Unicamp. Palestina Livre e Soberana!

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