Assembleia de docentes da Unicamp, reunida nesta quarta-feira, 28 de maio, aprovou por unanimidade a proposta encaminhada pelo Fórum das Seis de pressionar o Cruesp para que realize, até o final de junho, uma nova reunião da Data-base 2025.

Os reitores definiram a questão salarial com o reajuste de apenas 5,51%, resultado da primeira reunião realizada este mês. Além de não ampliarem o índice, o Cruesp não fez nenhuma indicação de atender a solicitação do Fórum das Seis, a de estabelecer uma política de recuperação das perdas salariais, ocorridas a partir de 2012. Para isso, o Fórum propõe que sejam realizadas reuniões sistemáticas entre as partes, de modo a estabelecer essa política.

A assembleia aprovou também a proposta, encaminhada pelo plenário para ser levada ao Fórum das Seis, de se criar um abaixo assinado de docentes e servidores(as) técnico-administrativos(as), que será encaminhado aos reitores, com o objetivo de ampliar pressões pela reabertura das negociações.

A professora Silvia Gatti (IB), presidenta da ADunicamp e coordenadora do Fórum das Seis, fez um amplo balanço das últimas reuniões das entidades realizadas no âmbito das negociações da Data-base. Com destaque para a realizada na semana passada, quando o Fórum das Seis avaliou os resultados das assembleias de base ocorridas após a reunião com o Cruesp, quando foi proposto o índice de 5,51%.

Segundo a professora Silvia, as entidades que compõem o Fórum avaliaram a dificuldade, no momento, de realizar pressão de modo mais incisivo, como paralisações ou greves. Daí, a proposta encaminha pelo plenário para a construção do abaixo-assinado, instrumento que poderá evidenciar o descontentamento da base e poderá pressionar o Cruesp pela reabertura de negociações.

Outra reunião, lembrada por Silvia, ocorreu nesta segunda-feira, 26 de maio, entre o Fórum das Seis e o Cruesp. “Nós fomos incisivos. Insistimos no reajuste de 8%, que já contemplaria parte da recomposição das perdas. Mostramos que pelas nossas várias avaliações, advindas inclusive dos estudos do GT Verbas, que esse valor caberia plenamente na conta das três universidades”, relatou.

Mas, apesar de todos os argumentos, ao final da reunião o reitor da Unicamp e atual presidente do Cruesp, Prof. Dr. Paulo Cesar Montagner, foi incisivo e breve na resposta: “Não temos avanço na parte salarial”.

O Fórum das Seis também protestou contra os aumentos em benefícios que acabam de ser concedidos nos vales alimentação da USP e Unesp, que atingem agora R$ 1.900, e dos apenas R$ 3 a mais no vale refeição da Unicamp, que passou a R$ 43 por dia. “Nada contra os vales e reajustes, mas isso não pode ser feito durante a Data-base, quando o que discutimos é salário e, também, por não atingir os aposentados. Esses benefícios não se incorporam ao salário. É uma estratégia clara para desmobilizar as bases”, analisa Silvia.

Outras duas propostas encaminhadas pelo Fórum das Seis, já na primeira reunião da Data-base 2025, foram aceitas e decididas pelo Cruesp, nesta segunda reunião, realizada dia 26 de maio. São elas: a criação do Grupo de Trabalho sobre a Permanência Estudantil e também a ampliação do número de reuniões do Grupo de Trabalho sobre a Previdência. “Esses dois avanços são importantes, pois consideramos importantes da nossa Pauta Unificada, e constituem reivindicações que já fazemos há tempo”, afirmou a professora Silvia.

A partir da decisão das assembleias de base, o Fórum das Seis pretende realizar estudos e avaliações, junto a técnicos designados também pelo Cruesp, a partir dos números concretos da arrecadação do ICMS, ao longo do segundo semestre deste ano, para elaborar a proposta sedimentada da construção de uma política de recuperação salarial, já projetada para a Data-base 2026.

ANDES ESTÁ AQUI

Ao final da assembleia, a 1ª tesoureira da ADunicamp, professora Regina Célia da Silva (CEL), informou que ela e o professor André Kaysel Velasco e Cruz (IFCH) foram eleitos e passaram a integrar a Diretoria Regional de São Paulo do ANDES-SN, respectivamente como 1ª vice-presidente e secretário.

“O ANDES-SN está aqui, aberto, próximo. E temos que lembrar que o ANDES-SN nasceu aqui na ADunicamp. Então, ao mesmo tempo que a gente é filiado, a gente é também pai e mãe do nosso sindicato nacional”, afirmou ela.

A professora lembrou ações importantes que o ANDES-SN tem desenvolvido em escala nacional, como a política de resgate da memória sindical, que foi proposta pela ADunicamp no último congresso nacional. E relatou que a ADunicamp está bastante avançada e já disponibiliza mais de cinco mil documentos catalogados e digitalizados nos últimos anos. “Em breve a gente vai soltar um boletim informando amplamente sobre nossos arquivos.”