A proposta de Orçamento da ADunicamp para 2026 foi aprovado por unanimidade pela última Assembleia Geral de docentes deste ano, realizada na sexta-feira, 12 de dezembro. A assembleia também elegeu a delegação da ADunicamp que participará do 44º Congresso do ANDES-SN, que ocorrerá na Universidade Federal da Bahia, em março de 2026.
Junto com a proposta orçamentária de 2026, a Diretoria da ADunicamp fez também uma exposição das despesas e realizações de 2025, apontando que houve uma base sólida e ancorada naquilo que ocorreu no ano passado para definir os gastos e projetos a serem realizados no ano que vem. “De maneira muito transparente e clara, a nossa prestação de contas de 2025 já foi plenamente aprovada pelo Conselho de Representantes (CR). Mas, nesta assembleia, trazemos o ano como um todo, para vocês poderem avaliar o conjunto, aqui conosco”, afirmou a presidenta da ADunicamp, professora Silvia Gatti (IB).
A proposta de Orçamento foi construída pelo setor Financeiro e pela Diretoria da ADunicamp, com apoio da Comissão Orçamentária do CR. E apresentada na assembleia pelas tesoureiras Regina Célia da Silva (CEL) e Eneida de Paula (IB), juntamente com o funcionário responsável pelo setor financeiro, Márcio Damaceno.
Entre os destaques de investimento e planejamento para 2026, foi relatada a criação de uma nova alínea, a de “projetos especiais”, que vai abrigar, entre outros itens, a reforma da cozinha do restaurante da entidade, a pintura externa da sede assim como investimentos na sede de Limeira. “A gente vai iniciar um trabalho amplo de aproximação com Limeira, inclusive com uma campanha de sindicalização”, ressaltou a tesoureira Regina Célia.
Um dos principais gastos previstos nas obras de infraestrutura e manutenção da sede será a reforma da cozinha do restaurante. E, como indicou a presidenta Silvia, por um “ótimo motivo”. A construção da sede previa apenas um pequeno restaurante, como uma lanchonete, no espaço. Só que o movimento do restaurante aumentou muito nos últimos anos, e a atual cozinha já não comporta a demanda do atendimento. Ao final da apresentação, a proposta orçamentária foi colocada em votação e aprovada por unanimidade dos/as presentes.
CONGRESSO ANDES-SN
A assembleia elegeu também delegados e delegadas da ADunicamp para o 44º Congresso do Andes-SN, que ocorrerá na UFBA, em Salvador, de 2 a 6 de março de 2026, e terá como tema “Na capital da resistência, das revoltas dos Búzios e dos Malês: ANDES-SN nas lutas e nas ruas, pela democracia e educação pública, contra as opressões e a extrema direita!”.
Foram aprovados os nomes indicados pela Diretoria e pelos presentes que se inscreveram em plenário, com a orientação de que os participantes apresentem relatório posterior sobre as discussões do congresso.
A delegação será integrada pelos/as docentes Maria Cristina Bahia Wutke (IB), Emília Wanda Rutkowski (FECFAU), Luciano Pereira (IE), Maria José de Mesquita (IG), Nilo Sérgio Sabbião Rodrigues (FEA), Wanderley Martins (IA) e pelo assessor jurídico da LBS Advogadas e Advogados, Matheus Girelli.
AUTARQUIZAÇÃO
A convite da Diretoria da ADunicamp, o integrante do STU Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp) José Luís Pio Romera fez um relato das mobilizações em curso contra a proposta de autarquização da área de saúde da Unicamp. Ele lembrou a importância da greve de 48 horas, em curso a partir desta segunda-feira, 15, e que culminará com uma manifestação na terça-feira, 16, em frente ao Conselho Universitário que deverá colocar de novo na pauta de discussões o tema da autarquização
Pio relatou as articulações em curso com estudantes e movimentos sociais que se opõem fortemente à autarquização. “A autarquização é um risco sem precedentes para o complexo assistencial e hospitalar” da Unicamp, pois abre a porteira para a terceirização sem limites e a privatização futura de serviços de saúde, com impacto para toda a população atendida.
A presidenta Silvia relatou que a ADunicamp tem atuado com firmeza contra a autarquização, realizando encontros, debates e preparando textos com análise jurídica da minuta apresentada pela Reitoria. Silvia afirmou que não concebe a Universidade sem a área da saúde. “Precisamos manter a unidade daquilo que hoje significa a Unicamp. Autarquia não! Por favor, não. O que temos que tratar, e temos tratado, é da questão do subfinanciamento das Universidades Paulista. Autarquia não é solução”, alertou.
BALANÇO DE GESTÃO
Ao final da assembleia, integrantes da Diretoria que compuseram a mesa fizeram um balanço das atividades de 2025 e ressaltaram importantes avanços da ADunicamp, em praticamente todas as suas áreas de atuação. Foram destacados eventos culturais, debates e cursos realizados no auditório da entidade, parcerias e convênios para exibição de filmes e realização de encontros e debates, além do fortalecimento de ações com coletivos estudantis, incluindo iniciativas com coletivos negros, indígenas, trans e fóruns de permanência. A ADunicamp fortaleceu, ao longo do ano, uma série de laços com associações da sociedade civil ligadas à economia solidária e apoio a comunidades vulnerabilizadas.
Na área administrativa, foi destacada a implementação do plano de cargos e salários para os funcionários da ADunicamp, descrito como um importante avanço estrutural da gestão. Também foi anunciada a preparação para a celebração de 50 anos da ADunicamp, que ocorrerá em 2027, com uma extensa programação, mas que já começa a ser preparada em 2026.
Além das professoras Silvia, Regina e Eneida, participaram da Mesa os/as diretores/as Wanderley Martins (Cultural), Maria José Mesquita (Comunicação), Elaine Prodócimo (1ª Secretária), Maria Cristina Bahia Wutke (2ª Secretária) e Marcelo Alexandre Prado (Administrativo).
A advogada da LBS, Luciana Barreto, fez uma apresentação do projeto da cartilha sobre “maternagem”, que será publicada no ano que vem. A cartilha, relatou ela, foi desenvolvida a partir de diálogos com coletivos e entidades apoiadas pela ADunicamp.
Ao encerrar, a presidenta Silvia Gatti conclamou a categoria a participar das lutas previstas para o próximo período, com ênfase nos debates sobre financiamento, salário e defesa da Universidade Pública, e afirmou que o ano seguinte deve ser também um tempo de “cuidar de nós”, em referência à saúde e às condições de trabalho docentes.
A assembleia foi aberta com uma apresentação cultural do grupo de flauta Sopro em Foco, formado por estudantes contemplados pelo edital Aluno Artista da Unicamp, que executaram três músicas clássicas do cancioneiro brasileiro: Asa Branca, Carinhoso e Tico-Tico no Fubá.








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