A ADunicamp divulgou nesta quarta-feira, dia 10 de setembro, uma nota de repúdio contra a ação da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana em ocupações de moradia realizadas em São Paulo, na madrugada de 7 de setembro.
De acordo com informações preliminares, a operação ocorreu sem ordem judicial e utilizou balas de borracha, gás lacrimogêneo e cassetetes para desalojar cerca de 300 famílias que ocupavam um prédio abandonado há mais de cinco anos no Largo da Pólvora, região central da capital paulista. Entre os feridos estariam crianças, mulheres, idosos e lideranças políticas que acompanhavam a mobilização.
As ocupações faziam parte da jornada nacional organizada pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), em conjunto com a Unidade Popular (UP). A ação envolveu 18 ocupações simultâneas em 15 estados, com o lema: “Não há independência, nem soberania, sem direito à moradia”.
Na nota, a diretoria da ADunicamp critica o que considera um processo de criminalização da pobreza e denuncia a especulação imobiliária, já que os imóveis ocupados estariam abandonados e pertencem a grandes construtoras ou proprietários privados.
“A ação policial não apenas viola os direitos humanos das famílias, como reforça a lógica de criminalização da pobreza e do movimento social por moradia”, afirma o documento.
A diretoria da Associação declarou solidariedade às famílias, militantes e parlamentares agredidos e exigiu a suspensão imediata de despejos violentos. “Repudiamos veementemente o uso da força policial contra famílias em situação de vulnerabilidade”, conclui a nota.
Confira a íntegra da nota:
NOTA DE REPÚDIO À VIOLÊNCIA POLICIAL CONTRA OCUPAÇÕES EM SÃO PAULO
A Diretoria da ADUNICAMP manifesta seu veemente repúdio às ações truculentas perpetradas pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, contra ocupações de moradia realizadas na madrugada de 7 de setembro de 2025, em diversos pontos da cidade de São Paulo.
As ocupações faziam parte da jornada nacional do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que, em conjunto com a Unidade Popular (UP), organizou 18 ocupações simultâneas em 15 estados brasileiros, com o lema: “Não há independência, nem soberania, sem direito à moradia”.
Em São Paulo, cerca de 300 famílias ocuparam um prédio abandonado há mais de cinco anos no Largo da Pólvora, região central da capital paulista. Sem ordem judicial, a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana realizaram despejos forçados, utilizando balas de borracha, gás lacrimogêneo e cassetetes, resultando em ferimentos em crianças, mulheres e idosos presentes. Lideranças políticas também foram agredidas durante a operação.
Os imóveis ocupados estão abandonados há anos e pertencem a grandes construtoras ou a proprietários privados, configurando a persistente especulação imobiliária que exclui os mais pobres do acesso à cidade. A ação policial não apenas viola os direitos humanos das famílias, como reforça a lógica de criminalização da pobreza e do movimento social por moradia.
A Diretoria da ADUNICAMP solidariza-se com todas as famílias, militantes e parlamentares agredidos, reafirmando seu compromisso com a defesa do direito à moradia digna, da justiça social e da vida segura para toda a população. Repudiamos veementemente o uso da força policial contra famílias em situação de vulnerabilidade e exigimos cessar imediatamente os despejos violentos e a criminalização dos movimentos populares.
Todo apoio aos(as) militantes e às famílias em luta por moradia digna!
Campinas, 8 de setembro de 2025
Diretoria da ADUNICAMP
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