As atividades da 7ª Semana da Língua Alemã na Unicamp ocorrerão na ADunicamp e no CEL/Unicamp, entre os dias 14 e 19 de abril de 2023. A programação na entidade fará parte do CineADu e será totalmente destinada à exibição de filmes, sendo 4 longas e um documentário que retratam Berlin nas últimas décadas. 

A capital da Alemanha tem sido palco e inspiração para uma larga produção cinematográfica não somente alemã como também internacional. Desde a época do cinema mudo até os dias de hoje temos centenas de filmes, séries e documentários que se ambientam na cidade, tendo-a ora como protagonista, ora como plano de fundo. Grandes diretores, como R.W. Fassbinder e Wim Wenders, tiveram seus nomes associados à cidade com obras que se tornaram clássicos.

No período pós-guerra, Berlim começa a se estabelecer como palco de um dos principais festivais de cinema na Europa, a Berlinale, além de se transformar em polo de formação com a fundação de duas grandes academias de cinema. Nos anos 1990 e 2000, um grupo de jovens diretores egressos da DFFB ficou conhecido como Berliner Schule (Escola de Berlim). Por mais que os filmes desse movimento não tenham chegado ao grande público por não se alinharem com a estética do mainstream, foi através dele que a produção cinematográfica alemã voltou ao cenário internacional, ganhando destaque na crítica e em diversos festivais.

É daí que nasce a inspiração para a 7ª Semana da Língua Alemã que acontecerá de 14 a 19 de abril na Unicamp. A mostra exibirá quatro longa-metragens além de um documentário produzidos nos últimos 20 anos, com pouca ou nenhuma circulação no Brasil. Os filmes passarão por diferentes épocas, dos anos 1960 até hoje, e apresentam diversas facetas da cidade – Berlim com sua história de cidade dividida, com suas migrações, sua diversidade cultural e linguística, as relações humanas na metrópole moderna, Berlim como símbolo de liberdade, como polo de vanguarda e centro de diferentes tribos urbanos, etc.

A programação da Semana será completada por uma oficina sobre música Rap de Berlim.

PROGRAMAÇÃO DETALHADA

OFICINA:
local: sala 10 no CEL (R. Cora Coralina, 300)
ministrado por: Noah Ebert, estagiário da Universität Leipzig
6ª, 14.04 _11h Workshop “Rap-Musik aus Berlin” (90min)
3ª, 18.04 _12h Workshop “Rap-Musik aus Berlin” (repetição)

Uma cidade tão grande e com uma cena cultural tão rica quanto Berlim abre as portas para todos os artistas e aqueles que o querem ser. Ao longo do tempo isso fez com que a cena musical de Berlim se tornasse uma das mais diversas da Alemanha, tendo originado Techno, Indie e Rap, entre outros estilos.
Nesta oficina vamos conhecer alguns artistas de rap berlinenses, descobrindo o que torna suas músicas especiais e de quais temas tratam, e discutindo possíveis interpretações.
A oficina se dirige a pessoas com qualquer nível de alemão.

MOSTRA DE FILMES:
local: Auditório da ADunicamp (Av. Érico Veríssimo, 1479)

6ª, 14.04 _18h “Berlin Alexanderplatz” (Burhan Qurbani, 2020, 183min)
Esta nova adaptação do romance homônimo de Alfred Döblin nos leva para a Berlim atual onde Francis, um jovem refugiado da Guiné-Bissau, procura sobreviver em meio à hostilidade da sociedade pós-moderna. Querendo apenas ser uma pessoa boa e levar uma vida decente, Francis logo se vê obrigado a ir contra seus princípios, já que sua condição de ilegal, sem documentos e sem dominar a língua local, não lhe deixa escolhas. Ele se aproxima do traficante Reinhold, um psicopata sombrio, que o acolhe em sua casa e o arrasta para seu submundo. A esperança vem na personagem de Mieze, uma prostituta pela qual Francis se apaixona. Em imagens intensas e um ritmo contagiante, Qurbani reencena o clássico literário como história de migração que foca no indivíduo na sociedade contemporânea.
Trailer: https://youtu.be/11KAsvHc4t8
Atenção: Devido à duração do filme haverá um pequeno intervalo no meio.

sáb., 15.04 _16h “Mein wunderbares West-Berlin | Minha maravilhosa Berlim Ocidental” (Jochen Hick, 2017, 98min)
O documentário retrata o movimento gay de Berlim Ocidental na segunda metade do século XX. É justamente o enclave cercado pelo muro que se transforma em símbolo da liberdade e refúgio de pessoas LGBT+. A partir dos anos 1960 começam a surgir os primeiros clubes e darkrooms na cidade que viram refúgio para jovens gays de toda a Alemanha Ocidental, onde o famigerado “Paragraph 175” proibia atos homossexuais entre homens. É em Berlim que começa a luta contra essa lei, que foi revogada apenas em 1994. Além da mobilização política, o filme mostra pautas culturais e sociais, as rixas dentro do próprio movimento, a crise da Aids e as iniciativas para enfrentá-la. Com base em material inédito e inúmeras testemunhas, Hick investiga o percurso histórico da cena gay ao longo de várias décadas até o presente. Fatos se misturam com interpretações pessoais, traçando um panorama extremamente rico e de múltiplas perspectivas, às vezes controversas.
Trailer: https://youtu.be/wMpFOpvJTM8 (em alemão)

sáb., 15.04 _19h “Undine” (Christian Petzold, 2020, 90min)
A historiadora Undine mora em Berlim e trabalha na Secretaria de Desenvolvimento Urbano onde oferece visitas guiadas a partir de maquetes arquitetônicas da cidade. Quando seu namorado Johannes anuncia que pretende se separar dela, Undine, espírito elementar, é fadada a vingar a traição, tendo que matá-lo e regressar à água. Mas Undine resiste e se recusa a cumprir a sina. Pouco depois, ela conhece Christoph, um mergulhador profissional, e os dois se apaixonam intensamente. Apesar de terem um relacionamento a distância, vivem uma grande intimidade e compartilham da vida do outro. Mas um olhar para trás basta para Christoph perceber que Undine está fugindo de alguma coisa. Mesclando o real e o fantástico, Petzold transfere para o presente o mito de Undine (ou Ondina) e cria um conto de fadas moderno em um mundo desencantado.
Trailer: https://youtu.be/erUG26xCCRA

4ª, 19.04 _16h “Berlin is in Germany” (Hannes Stöhr, 2001, 97min)
No ano de 2000, Martin Schulz deixa a prisão após 11 anos e pisa em terra incógnita: a Alemanha unificada que ele só conhece da TV. Ex-cidadão da RDA, suas posses se resumem a documentos vencidos, dinheiro inválido e uma TV portátil. Chegando em Berlim – uma cidade em plena transformação – Martin procura reconstruir sua vida e quer reatar laços com sua esposa Manuela, que agora vive com um novo companheiro. Pela primeira vez, ele encontra seu filho Rokko. Com charme, curiosidade e coragem, Martin tenta achar seu caminho neste novo mundo, mas as circunstâncias não lhe facilitam a vida. Tendo um ponto de partida real, o filme une o cômico e o trágico que advém da situação de seu protagonista. Com leveza e ironia, Stöhr examina as aproximações entre Leste e Oeste, criando um filme sensível com personagens autênticos.
Trailer: https://youtu.be/iNgtmGG5FYQ (em alemão)
Atenção: Este filme será exibido com legendas em inglês.

4ª, 19.04 _19h “Nico” (Eline Gehring, 2021, 79min)
Nico, uma jovem teuto-persa cheia de vida, adora seu trabalho como cuidadora geriátrica e é muito querida por seu jeito descontraído. Ela curte o verão em Berlim com sua melhor amiga Rosa até que um ataque racista a arranca de sua vida habitual. Atormentada por flashbacks, Nico se isola cada vez mais de seu entorno e perde a sensação de pertencimento. Só uma coisa está clara para ela: nunca mais será vítima! Para aprender a se defender, Nico inicia um duro treinamento de karatê com um mestre que a confronta com suas angústias. Aos poucos, ela aprende a canalizar sua raiva e a lidar com o medo. Quando conhece a jovem Ronny da Macedônia, sua paralisia começa a se soltar. Em seu primeiro longa, Gehring entrelaça temas como origem, corpo e sexualidade, criando uma obra poderosa e envolvente.
Trailer: https://youtu.be/cvksoOnRxoo (legendas em inglês)