ADunicamp inicia participação na COP30 em Belém-PA e se prepara para a Cúpula dos Povos


Representada pelas professoras Emília Wanda Rutkowski (FECFAU), Sílvia Amaral (FEF) e Maria José Mesquita (IG), a ADunicamp iniciou nesta segunda-feira, dia 11 de novembro, sua participação na COP30, em Belém do Pará. A presença da entidade reforça o compromisso da associação com a defesa do clima, da vida e da justiça socioambiental — princípios que também orientarão a participação da ADunicamp na Cúpula dos Povos, cuja programação começa nesta terça-feira, dia 12 de novembro.

O primeiro dia foi marcado por visitas e observações dentro dos espaços oficiais da COP30, evento organizado pela ONU que reúne representantes de governos, universidades, empresas, fundos de financiamento e organizações da sociedade civil para discutir medidas globais de enfrentamento à crise climática.

A professora Emília Wanda Rutkowski, que esteve na Zona Verde da COP30, descreveu o ambiente como “uma grande feira de exposições com estandes de empresas, OSCIPs, governos, bancos e fundos de financiamento”. Ela elogiou o clima de gentileza e acolhimento das pessoas envolvidas na organização do evento. Também chamou atenção para o formato das atividades, que, segundo ela, deixa pouco espaço para o diálogo e o aprofundamento das discussões. “A maioria das mesas tem tempo quase inexistente para debate. Os conteúdos não trazem nada de novo para quem estuda ou milita na área, mas se alternam entre imagens belíssimas e outras que mostram a degradação ambiental — sempre seguidas de discursos entusiasmados sobre um futuro verde, inclusivo e igualitário”, relatou.

Com olhar crítico, a professora Emília observa que essa retórica otimista, presente nos estandes e falas oficiais, muitas vezes se distancia das práticas concretas. Em meio à diversidade de expositores — incluindo Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), Federação dos Sindicatos dos Químicos e iniciativas como a “bioeconomia inclusiva e criativa” apresentada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) —, ela destaca também o protagonismo simbólico de mulheres indígenas que convidavam o público a participar de pinturas corporais. “Elas executam suas artes em corpos brancos com delicadeza e firmeza, mas com um olhar que diz muito mais do que as palavras”, observa.

DEBATES

A professora Sílvia Amaral também acompanhou as atividades na Zona Verde, onde observou o grande número de estandes — de empresas privadas, instituições públicas e administrações municipais — voltados a iniciativas que se apresentam sob o eixo da sustentabilidade. “Há estandes de empresas como Itaipu Binacional, Petrobras e Banco do Brasil, mas também de órgãos do governo brasileiro e de prefeituras”, relatou.

Segundo Sílvia, os principais debates ocorrem em dois auditórios — Jandaíra e Curuçu — e tratam de projetos empresariais ligados à sustentabilidade, além de temas relacionados a movimentos sociais e experiências de cooperativas. “Estivemos em dois debates: um sobre cidades, sustentabilidade e movimentos sociais, e outro sobre cidades resilientes”, contou. Neste último, observou que as discussões, conduzidas por representantes de empresas públicas e privadas, trataram de resíduos, fauna, flora, cultura e turismo. “Agora sigo para a Cúpula dos Povos, onde as questões dos movimentos sociais e das cidades aparecem sob outro enfoque, mais popular e coletivo”, completou.

A professora Maria José Mesquita, credenciada para a Zona Azul — área de acesso restrito da conferência oficial —, destacou a dimensão e a hierarquia espacial do evento. “O corredor principal é imenso e as estruturas mais ricas se concentram na frente, enquanto as menores ficam mais afastadas. É um retrato das desigualdades que também atravessam o debate climático”, afirmou.

Maria José visitou o estande das universidades e manteve contato com integrantes da comitiva da Unicamp. Ela também acompanhou a mesa sobre Cidades Sustentáveis, organizada pelo governo federal — o espaço lotado refletiu o grande interesse pelos temas urbanos e ambientais, relatou.

ADunicamp integra programação do INEAF/UFPA 

Nesta quinta-feira, dia 13 novembro, a ADunicamp participa como uma das instituições proponentes da atividade “Lazer e Natureza em disputa: racismo ambiental e decolonialidade”, promovida pelo Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (INEAF/UFPA), em parceria com o NAEA (Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará)  e o Grupo Foco/UFPA. O evento ocorre das 9h às 12h e discutirá as relações entre território, meio ambiente, lazer e justiça social.

As representantes da ADunicamp seguem acompanhando as atividades oficiais da COP30 e se preparam para contribuir com os debates da Cúpula dos Povos, que começa nesta terça-feira, dia 12 de novembro, reunindo movimentos sociais, povos originários, comunidades tradicionais e organizações populares em defesa do clima e da vida.

 

 

ESPECIAL ADUNICAMP NA CÚPULA  DOS POVOS E NA COP30:

Em Belém, ADunicamp une-se à Cúpula dos Povos e à COP30 em defesa do clima e da vida

 


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