A diretoria da ADunicamp divulgou nota nesta terça-feira, 9 de setembro, em que manifesta seu “veemente repúdio” aos ataques ocorridos no último dia 5 de setembro na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. A ação foi promovida pelo grupo de extrema direita União Conservadora, que já protagonizou outras invasões em 2025.
De acordo com relatos descritos na nota, “membros do grupo invadiram o vão de História e Geografia da FFLCH, arrancaram cartazes que consideravam propaganda comunista e agrediram estudantes”. Durante o confronto, o presidente da União Conservadora, Mario Fortes, chegou a agredir um estudante.
A ADunicamp ressalta que este episódio soma-se a outros oito ataques ocorridos apenas em 2025, todos direcionados à mesma unidade da USP, o que, segundo a entidade, “não se trata de ações isoladas, mas de uma estratégia de intimidação e de criminalização do pensamento crítico”.
Na nota, a diretoria alerta para o crescimento do grupo, que conta com apoio de parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), e para sua atuação voltada à formação de quadros políticos de extrema direita. “A omissão institucional não apenas fragiliza a universidade, mas também estimula a continuidade e o agravamento da violência”, afirma o texto.
A entidade defende que as universidades públicas adotem medidas firmes e coordenadas para conter a escalada de ataques. Além disso, a ADunicamp endossa a moção do Fórum das Seis — que reúne entidades de docentes e servidores das universidades estaduais paulistas — e apoia a convocatória da direção da FFLCH para reunião aberta no dia 11 de setembro, às 18h, no auditório Milton Santos.
Por fim, a ADunicamp reafirma a defesa da universidade pública, gratuita, laica e democrática: “não aceitaremos que grupos de extrema direita, sob a máscara da ‘fiscalização’, imponham a violência, o medo e a censura nas universidades. Fascistas, racistas e seus cúmplices: não passarão.”
Confira a nota na íntegra:
Repúdio aos ataques na FFLCH e solidariedade à comunidade universitária
A diretoria da ADunicamp manifesta seu mais veemente repúdio aos ataques ocorridos na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, no último dia 5 de setembro de 2025, promovidos pelo grupo de extrema direita denominado União Conservadora.
Na ocasião, membros do grupo invadiram o vão de História e Geografia, arrancaram cartazes que consideravam “propaganda comunista” e partiram para a violência contra estudantes. Um deles, identificado como Mario Fortes, presidente da União Conservadora, chegou ao absurdo de morder o joelho de um estudante. Em resposta, houve confronto físico, com registros em vídeo amplamente divulgados.
Este episódio soma-se a oito invasões apenas em 2025 — todas direcionadas à FFLCH, onde o grupo busca provocar tumultos e produzir material para redes sociais.
É evidente que não se trata de ações isoladas. A União Conservadora vem crescendo, angariando padrinhos políticos na Alesp e assumindo como projeto a formação e lançamento de jovens de extrema direita em cargos eletivos. Sua atuação em universidades públicas tem o objetivo claro de intimidar, criminalizar o pensamento crítico e atacar os espaços de liberdade e diversidade.
É urgente que as universidades públicas, por meio de suas reitorias e diretorias, também se mobilizem e adotem medidas firmes e coordenadas para coibir a escalada de ataques da extrema direita contra o ensino público. A omissão institucional não apenas fragiliza a universidade, mas também estimula a continuidade e o agravamento da violência. É urgente uma ação articulada e contundente para proteger a integridade da comunidade acadêmica e preservar o caráter democrático das universidades.
A diretoria da ADunicamp endossa integralmente a nota do Fórum das Seis, que denuncia a escalada de ataques fascistas contra as universidades paulistas, e se soma ao chamado da direção da FFLCH para a reunião aberta no próximo dia 11/9, às 18h, no auditório Milton Santos.
Reiteramos: não aceitaremos que grupos de extrema direita, sob a máscara da “fiscalização”, imponham a violência, o medo e a censura nas universidades. Defendemos e seguiremos defendendo uma universidade pública, gratuita, laica, democrática, inclusiva e socialmente referenciada.
Fascistas, racistas e seus cúmplices: não passarão!
Diretoria da ADunicamp
09 de setembro de 2025
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