Charge da Semana | Epidemia de dengue no Brasil


Os números indicam que a epidemia de dengue no Brasil em 2024 será a maior da história. Registros do Ministério da Saúde indicam que o país já contabilizou, em menos de dois meses deste ano, mais de 650 mil pessoas com a doença confirmada ou sob investigação, com mais de 100 mortes.

E o pico da dengue, que normalmente ocorre em abril, ainda não chegou. A situação é alarmante neste momento, uma vez que no mesmo período do ano passado foram registrados 129 mil casos no país, número que já era considerado muito alto.

O excesso de calor e chuvas auxiliam o atual descontrole na multiplicação do mosquito da dengue, mas estão longe de ser a principal causa. Os órgãos de saúde e de controle de epidemias, assim como saneamento essencial para combater a proliferação do mosquito, viveram recentemente anos de verdadeiro desmonte.

Em São Paulo, por exemplo, a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) foi extinta em 2020, juntamente com diversos outros institutos essenciais para a preservação ambiental, remanejando 900 servidores(as) e paralisando pesquisas científicas essenciais no combate a doenças endêmicas como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

Além do controle sanitário, é essencial a vigilância viral, que estava a cargo dos 14 laboratórios da Sucen. No Brasil já circulam os quatro sorotipos da dengue. E o diagnóstico molecular é a ferramenta capaz de detectar os sorotipos que circulam nos municípios e também a presença de outros arbovírus que possam estar associados ao da dengue, como zika e chikungunya.

A recuperação e fortalecimentos dos órgãos de controle sanitário, ambiental e da pesquisa científica são essenciais para enfrentar esta e qualquer outra endemia futura que se avizinhe.

 


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