Covid-19 leva o professor Roberto Romano, um dos nomes mais expressivos das Ciências Humanas no Brasil


A diretoria da ADunicamp lamenta, com profundo pesar, o falecimento do professor Roberto Romano (IFCH), vitimado nesta quinta-feira, 23, pela Covid-19, ao 75 anos de idade.

O professor e filósofo estava internado desde 11 de junho no InCor (Instituto do Coração) do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, “com quadro clínico grave que culminou em falência de múltiplos órgãos”, segundo nota emitida pela assessoria do hospital.

Nascido na cidade paranaense de Jaguapitã, Romano foi docente do IFCH,  onde aposentou-se, e era considerado um dos mais expressivos pensadores atuais das Ciências Humanas no Brasil. Autor de vários livros, sempre teve uma atuação marcante em defesa dos direitos humanos, da justiça social, da ciência e da universidade pública.

Em 1969, cursando o ensino médio na cidade paulista de Marília e militando na Juventude Católica, movimento de oposição à ditadura, foi preso por dois meses e torturado nos porões do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), em São Paulo. No ano seguinte, já em liberdade, ingressou na Faculdade de Filosofia da USP, onde se formou.

Estudioso profundo da realidade brasileira, que acompanhou com atenção até os seus últimos dias, Romano questionou duramente a atuação do governo federal no enfrentamento à pandemia da Covid-19.

“Se o presidente classifica trágica moléstia como ‘simples gripe’ e nega os saberes científicos ao impor fármacos, estamos na aurora do fascismo”, afirmou ele, num chamado à comunidade acadêmica e aos reitores das universidades paulista a se oporem fortemente ao negacionismo governamental.

A diretoria da ADunicamp, em nome de todos/as os/as associados/as, deixa expressada aqui suas condolências aos familiares, amigos e colegas.


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