Assembleia elege Comissão Eleitoral e aprova manifesto ‘Em defesa da ordem democrática e da justiça igualitária’


Reunidos, nesta quarta-feira, 11, na Assembleia Geral convocada para eleger a Comissão Eleitoral que vai acompanhar as eleições das novas diretorias do ANDES-SN e da ADunicamp, professores da Unicamp decidiram aprovar também o manifesto “Em defesa da ordem democrática e da justiça igualitária” proposto à Assembleia por docentes sindicalizad*s (leia abaixo a íntegra do manifesto).
As eleições para as novas diretorias do ANDE-SN e da ADunicamp ocorrerão nos dias 9 e 10 e maio, com urnas em todas as unidades e também na sede da entidade. Foram escolhidos para integrar a Comissão Eleitoral os professores José Roberto Zan (IA), Nilo Sabbião Rodrigues (FEA), José Dari Krein (IE) e, como suplente, Celso Bertran (IQ). Além dos três membros eleitos pela assembleia, a comissão será integrada ainda por um membro indicado por cada uma das chapas inscritas para a diretoria da ADunicamp.
As inscrições para Diretoria e Conselho de Representantes (CR) da ADunicamp serão encerradas no próximo 23 de abril. Já há inscrições para o CR (que são individuais), mas nenhuma de chapa para Diretoria.
O Manifesto
 Abaixo, a íntegra do manifesto aprovado pela Assembleia:
Em defesa da ordem democrática e da justiça igualitária
Os últimos dois anos têm sido marcados, no Brasil, pela expressiva perda de direitos conquistados e/ou consolidados a partir da retomada do processo democrático. A PEC que congelou por 20 anos os investimentos em educação, saúde e seguridade social; a reforma trabalhista e seu projeto de terceirização; a ameaça de reforma da previdência, que virá trazer consequências nefastas a toda a classe trabalhadora; a flexibilização do trabalho escravo e a redução de programas de inclusão social, são alguns exemplos dessas perdas.
Na Educação e na Ciência, temos vivido incessantes ataques: a reforma do Ensino  Médio, que reduz as possibilidades de aprendizagem e acesso às universidades públicas para ampla parcela da juventude; o Projeto Escola sem Partido que, mesmo inconstitucional, tem sido aprovado em centenas de municípios brasileiros e representa virulenta ameaça ao trabalho docente e ao direito do/da estudante de acesso ao conhecimento; a redução de verbas para as Universidades Públicas federais e estaduais; o fechamento de Institutos Federais de Educação Tecnológica; a ampliação dos Cursos de Graduação totalmente a distância; os cortes de financiamento para a Ciência e Tecnologia e de programas de incentivo e ampliação do conhecimento, como o Ciência sem Fronteiras e o PIBID.
Todas essas mudanças têm sido realizadas à revelia dos anseios da população brasileira, na ausência de diálogo e a partir de projeto de sociedade rejeitado nas urnas nas últimas eleições presidenciais.
A perversidade das medidas e o método autoritário utilizado revelam de forma inequívoca a ruptura com o processo democrático.
Tudo isso se processa a partir de alianças entre o grande capital, os poderes executivo e legislativo, o sistema judiciário e a grande mídia.
A pretexto de combate à crise e à corrupção, direitos sociais são suprimidos, bens sociais dilapidados, assim como a liberdade política e o amplo acesso à justiça.
A forma desigual com que se aplica e executa a justiça no Brasil, já velha conhecida da juventude negra, do povo pobre, dos “desprezados sociais”, exacerba-se e se revela no modo como os mesmos atos praticados são condenáveis – ou não – de acordo com os matizes políticos e a condição social, racial e de gênero de seus atores. Colocam-se os interesses de grupos de poder acima da ideia de nação e da Constituição Federal, extinguindo qualquer possibilidade de plena cidadania.
É notório e emblemático do regime de exceção que vivemos nesse momento, o aprisionamento do ex-presidente Lula, condenado sem as devidas provas materiais e sem direito à ampla defesa, mantido em cárcere isolado. Por toda comunidade internacional, já se reconhece sua condição de preso político – condição essa que acreditávamos superada com o fim da ditadura militar.
Com sua prisão, não se sequestra apenas o direito de um homem, de um político mundialmente respeitado, à liberdade, à defesa de sua inocência, bem como o direito de concorrer às eleições presidenciais, para as quais é apontado pelas pesquisas de opinião com o candidato favorito.
Sequestra-se o direito de um povo de escolher seu representante maior e os destinos de sua nação. Ao se suprimirem direitos de um cidadão, suprimem-se os do conjunto da sociedade, lacera-se nossa cidadania.
Como Entidade Sindical que representa e defende a categoria docente da Universidade Estadual de Campinas, considerada uma das melhores da América Latina, é nosso dever manifestar-mo-nos veementemente contrários a todas as políticas que suprimem direitos e que reduzem investimentos em Educação, Ciência e Tecnologia, pois essas afetam nossa soberania e autonomia intelectual e científica.
É nosso dever a defesa dos ideais e princípios democráticos, essenciais para o exercício da ciência e da cidadania.
Neste momento, é também imperioso manifestarmos nosso repúdio à forma arbitrária e desigual com que Lula foi e tem sido tratado – um preso político dentro da democracia é anúncio de ditadura, orquestrada pelo judiciário brasileiro.
PELA DEMOCRACIA E JUSTIÇA IGUALITÁRIA!
POR LULA LIVRE!


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